sábado, 29 de setembro de 2012

Desafinação Vocal: entenda mais um pouco mais sobre o assunto


Já aconteceu de você estar cantando e alguém colocar a mão no ouvido? Ou fazer cara de: "Hmm, não alcançou a nota e desafinou"? Já ouviu alguém falar: "Quem nasce desafinado, morre desafinado"? Ou: "Coitado daquele cantor, desafina até na pausa”?

Pelo fato de a desafinação ser tratada muitas vezes com ironia, não é assim tão simples compreendermos todos os aspectos ligados à afinação e, por conseqüência, à desafinação.

Se entre músicos já é difícil estabelecer o ponto exato em que o som passa a ser considerado desafinado, para quem não é profissional da área definir e entender isso é tarefa ainda mais complexa. Cantores amadores, com pouca experiência musical, podem considerar como desafinada qualquer sonoridade pouco familiar aos seus ouvidos. A música atonal (sem tonalidade definida), às vezes, corre o risco de ser erroneamente caracterizada como desafinada.
 

Uma voz de timbre diferente, não reconhecido como padrão dentro de nossa cultura, também pode conduzir a equívocos de avaliação quanto à afinação ou desafinação. Temos exemplo disso o depoimento de Milton Nascimento ao programa “Fantástico”, da Rede Globo, em novembro de 1993. O cantor descreve que aos 10 anos de idade foi reprovado em uma prova de canto. Ao apresentar o boletim em outra escola, os professores estranharam o fato de suas outras notas serem altas. Pediram que cantasse. O resultado foi um canto tão belo e afinado que um dos professores começou a chorar. Prova de que, quanto menos usual for uma voz, tanto maior será o risco de ser definida como desafinada.

Há casos de desafinação devidos basicamente a problemas de ordem física, como pela perda auditiva, surdez, disfonias (dificuldade na emissão da voz), alterações vocais ou problemas de ordem neurológica. Existe também a possibilidade de ser um traço genético.
A grande maioria dos desafinados possui problemas de afinação por falta de estimulação musical (auditiva e vocal), por falta de treino e/ou de técnica, por convivência com modelo vocal inadequado na infância ou até na idade adulta ou por problemas psicológicos (timidez, medo, sentimento de inferioridade ou até bloqueios por terem sido rotulados como desafinados).

A afinação e a produção vocal estão relacionadas ao bom desenvolvimento e à performance do cantor. Tendem a apresentar imperfeições na execução musical, principalmente na afinação, indivíduos que apresentam características como tensão muscular, extensão e tessitura vocal reduzida, inadequação à extensão vocal, falta de coordenação respiratória (apoio), uso inadequado de registro vocal ou imprecisão articulatória. É comum observarmos cantores que cantam fora de sua extensão vocal e reclamam que desafinam ou semitonam. Existem também os que possuem ótima plasticidade ou flexibilidade vocal, mas desafinam nos agudos por má utilização do apoio respiratório. Até uma imprecisão articulatória pode levar o cantor a distorções e falta de afinação vocal.

O tempo para desenvolver a afinação depende basicamente do tipo de técnica a ser empregada, da perseverança e do interesse do cantor, além da dificuldade própria de cada um.

A qualidade de sua afinação vocal pode ser aprimorada com exercícios específicos de técnica e por meio de estimulação, a qual ajuda o cantor a conhecer e a ampliar suas possibilidades vocais, desenvolvendo a afinação e a maturação vocal e auditiva.

Fonte de alguns trechos: livro "Desafinação Vocal" de Silvia Sobreira - editora MUSIMED

Denise Pimentel Diniz de Souza
Fonoaudióloga clínica (CRFa-PR 8697)
Especialista em Voz pelo CEFAC- Curitiba
Professora de Fonoaudiologia Estética no CESUMAR e de Canto Coral no Colégio Santa
Cruz, Maringá - PR
Mestranda em Distúrbios da Comunicação – Voz, Curitiba-PR
Regente dos corais infanto-juvenis da Paróquia Santa Maria Goretti e do Colégio Santa
Cruz

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A diversidade étnica brasileira


Década de 1920. Começa a delinear-se a luta por um abrasileiramento temático, a busca da expressão nacional. Intelectuais brasileiros são influenciados pelas vanguardas europeias e defendem obras exclusivamente brasileiras, que rompem todos os padrões estabelecidos. No auge do Movimento Modernista, o escritor Oswald de Andrade assiste à Exposição Primitivista de Máscaras Africanas de Paris. E pergunta-se: “E nós, os brasileiros, quem somos?”. Inspirado na descoberta parisiense da arte negra da África, Oswald prega em sua obra a volta ao primitivismo e às raízes de nossa sociedade, influenciando artistas de diversas áreas das artes brasileiras.
Mas na música o principal formulador teórico do nacionalismo musical foi Mário de Andrade, que defendeu o estudo do folclore musical como base para a construção de uma música erudita. Mário de Andrade organizou várias viagens “etnográficas” – a Minas Gerais (em 1924) e ao Norte e Nordeste (em 1927 e, depois, entre o final de 1928 e início 1929), ele levava com ele vários compositores para conhecerem o folclore brasileiro, como Guarnieri, que em sua viagem aos candomblés da Bahia recolheu um vasto e rico material. 
O negro e o índio passavam a servir de inspiração para o fazer artístico,  intelectuais, etnógrafos e antropólogos recorriam à matriz africana e indígena.
O movimento representado pela Semana de 22 buscou descobrir e também, simultaneamente, construir uma identidade cultural nacional, e as suas influências permanecem na contemporaneidade.
Durante as minhas andanças e convivência com a música brasileira, fui aconselhada por amigos e conhecidos a montar um blog no qual eu possa trocar experiências com amigos, e discutir sobre cultura, pois bem, esse blog está aí, espero poder somar o meu conhecimento com pessoas que não aceitam a ditadura única do pensamento, que possamos nos abrir para diversidade, para o encontro com o outro.