Década de 1920. Começa a delinear-se a
luta por um abrasileiramento temático, a busca da expressão nacional.
Intelectuais brasileiros são influenciados pelas vanguardas europeias e
defendem obras exclusivamente brasileiras, que rompem todos os padrões
estabelecidos. No auge do Movimento Modernista, o escritor Oswald de Andrade
assiste à Exposição Primitivista de Máscaras Africanas de Paris. E pergunta-se:
“E nós, os brasileiros, quem somos?”. Inspirado na descoberta parisiense da
arte negra da África, Oswald prega em sua obra a volta ao primitivismo e às
raízes de nossa sociedade, influenciando artistas de diversas áreas das artes
brasileiras.
Mas na
música o principal formulador teórico do nacionalismo musical foi Mário de
Andrade, que defendeu o estudo do folclore musical como base para a construção
de uma música erudita. Mário de Andrade organizou várias viagens “etnográficas”
– a Minas Gerais (em 1924) e ao Norte e Nordeste (em 1927 e, depois, entre o
final de 1928 e início 1929), ele levava com ele vários compositores para
conhecerem o folclore brasileiro, como Guarnieri, que em sua viagem aos
candomblés da Bahia recolheu um vasto e rico material.
O
negro e o índio passavam a servir de inspiração para o fazer artístico, intelectuais, etnógrafos e antropólogos
recorriam à matriz africana e indígena.
O movimento
representado pela Semana de 22 buscou descobrir e também, simultaneamente,
construir uma identidade cultural nacional, e as suas influências permanecem na
contemporaneidade.
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